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Capítulo 40 de 51
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1Uma grande inquietação foi imposta a todos os homens, e um pesado jugo acabrunha os filhos de Adão, desde o dia em que saem do seio materno, até o dia em que são sepultados no seio da mãe comum:
2seus pensamentos, os temores de seu coração, a apreensão do que esperam, e o dia em que tudo acaba,*
3desde o que se senta num trono magnífico, até o que se deita sobre a terra e a cinza;
4desde o que veste púrpura e ostenta coroa, até aquele que só se cobre de pano. Furor, ciúme, inquietação, agitação, temor da morte, cólera persistente e querelas.
5E na hora de repousar no leito, o sono da noite perturba-lhe as ideias.
6Ele repousa um pouco, tão pouco que é como se não repousasse; e no mesmo sono, como uma sentinela durante o dia,
7é perturbado pelas visões de seu espírito, como um homem que foge do combate. No momento em que se julga em lugar seguro, ele se levanta e admira-se do seu vão temor.*
8Assim acontece a toda criatura, desde os homens até os animais. Mas para os pecadores é sete vezes mais.
9Além do mais, a morte, o sangue, as querelas, a espada, as opressões, a fome, a ruína e os flagelos
10foram todos criados para os maus, e foi por causa deles que veio o dilúvio.
11Tudo o que vem da terra voltará à terra, como todas as águas regressam ao mar.
12Todo presente e todo bem mal adquiridos perecerão; a boa-fé, porém, subsistirá eternamente.
13As riquezas dos injustos secarão como uma torrente; elas assemelham-se a uma trovoada que estala na chuva.
14O homem se regozija quando abre a mão, mas no fim os prevaricadores serão aniquilados.
15A posteridade dos ímpios não multiplicará os ramos; as raízes impuras agitam-se no alto de um rochedo.*
16A vegetação que cresce à beira das águas, ao longo de um rio, será arrancada antes de todas as ervas dos campos.
17A beneficência é como um paraíso abençoado, e a misericórdia permanecerá eternamente.
18Doce é a vida do operário que se basta a si próprio; vivendo assim, encontrará um tesouro.
19Os filhos e a fundação de uma cidade dão firmeza a um nome, mas é mais estimada que um e outro uma mulher sem mácula.
20O vinho e a música alegram o coração: sobre um e outro, porém, prevalece o amor da sabedoria.
21A flauta e a harpa emitem um som harmonioso; a língua suave, porém, supera uma e outra.
22A graça e a beleza são atraentes para o olhar; mais do que uma e outra é a vegetação dos campos.
23Um amigo ajuda a seu amigo no momento oportuno. Mais do que um e outro, uma mulher ajuda seu marido.
24Os irmãos são um socorro no tempo da tribulação. Mais do que eles, porém, a misericórdia liberta.
25O ouro e a prata são bases sólidas. Um bom conselho, porém, supera um e outra.
26As riquezas e as energias elevam o coração; o temor do Senhor, porém, sobrepuja umas e outras.
27Nada falta àquele que tem o temor do Senhor; e com ele não há necessidade de outro auxílio.
28O temor do Senhor é-lhe como um paraíso abençoado; ele está revestido de uma glória que supera toda glória.
29Meu filho, não leves nunca uma vida de mendigo, pois mais vale morrer que mendigar.
30Quando um homem olha para a mesa de outro, sua vida não é realmente vida, na obsessão do alimento, porque se nutre dos víveres de outrem;
31mas o homem moderado e educado se acautela contra isso.
32Na boca do insensato, a coisa mendigada é doce; mas nas suas entranhas arderá um fogo.