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Capítulo 24 de 42
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1Por que não reserva tempos para si o Todo-poderoso? E por que ignoram seus dias os que lhe são fiéis?
2Os maus mudam as divisas das terras e fazem pastar o rebanho que roubaram.
3Empurram diante de si o jumento dos órfãos, e tomam em penhor o boi da viúva.
4Enxotam os pobres do caminho, todos os miseráveis da região precisam esconder-se.
5Como asnos selvagens no deserto, saem para o trabalho, à procura do que comer, à procura do pão para seus filhos.
6Ceifam a forragem num campo, vindimam a vinha do ímpio.
7Passam a noite nus, sem roupa e sem cobertor contra o frio.
8São banhados pelas chuvas das montanhas e, sem abrigo, achegam-se às rochas.
9Arrancam o órfão do seio materno e tomam em penhor as crianças do pobre.*
10Andam nus, por falta de roupa e esfomeados carregam feixes.
11Espremem óleo nos celeiros, e sedentos pisam os lagares.
12Sobe da cidade os gemidos dos moribundos. A alma dos feridos grita, mas Deus não ouve suas súplicas.
13Outros são rebeldes à luz, não conhecem seus caminhos nem habitam em suas veredas.
14O homicida levanta-se antes do alvorecer para matar o pobre e o indigente. O ladrão vagueia durante a noite.
15O adúltero espreita o crepúsculo: ‘Ninguém me verá’, diz ele, e põe um véu no rosto.
16Nas trevas, arrombam as casas. Escondem-se durante o dia, sem conhecer a luz.
17Para eles, com efeito, a manhã é uma sombra espessa, pois estão acostumados aos terrores da noite.
18Correm rapidamente na superfície da água, sua herança é maldita sobre a terra; já não tomarão o caminho das vinhas.*
19Como a seca e o calor absorvem as águas da neve, assim a região dos mortos engole os pecadores.
20O ventre que o gerou esquece-o, os vermes fazem dele as suas delícias; ninguém mais se lembrará dele.
21A iniquidade é quebrada como uma árvore. Maltratava a mulher estéril, sem filhos e não fazia o bem à viúva.
22Punha sua força a serviço dos poderosos. Levanta-se e já não pode mais contar com a vida.
23Ele lhes dá segurança e apoio, mas seus olhos vigiam seus caminhos.
24Levantam-se, subitamente já não existem; caem; como os outros, são arrebatados, são ceifados como cabeças de espigas.
25Se assim não é, quem me desmentirá, quem reduzirá a nada as minhas palavras?”.