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Capítulo 2 de 16
1Alguns dias depois, Jesus entrou novamente em Cafarnaum e souberam que ele estava em casa.*
2Reuniu-se uma tal multidão, que não podiam encontrar lugar nem mesmo junto à porta. E ele os instruía.
3Trouxeram-lhe um paralítico, carregado por quatro homens.
4Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.*
5Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: “Filho, perdoados te são os pecados”.
6Ora, estavam ali sentados alguns escribas, que diziam uns aos outros:
7“Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?”.
8Mas Jesus, penetrando logo com seu espírito nos seus íntimos pensamentos, disse-lhes: “Por que pensais isto nos vossos corações?
9Que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os pecados te são perdoados’ ou dizer: ‘Levanta-te, toma o teu leito e anda?’.
10Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho do Homem sobre a terra (disse ao paralítico),
11eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”.
12No mesmo instante, ele se levantou e, tomando o leito, foi-se embora à vista de todos. A multidão inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a louvar a Deus, dizendo: “Nunca vimos coisa semelhante”. (= Mt 9,9-17 = Lc 5,27-39)
13Jesus saiu de novo para perto do mar e toda a multidão foi ter com ele, e ele os ensinava.*
14Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto da arrecadação e disse-lhe: “Segue-me”. E Levi, levantando-se, seguiu-o.*
15Em seguida, pôs-se à mesa na sua casa e muitos cobradores de impostos e pecadores tomaram lugar com ele e seus discípulos; com efeito, eram numerosos os que o seguiam.
16Os escribas, do partido dos fariseus, vendo-o comer com as pessoas de má vida e publicanos, diziam aos seus discípulos: “Ele come com os publicanos e com gente de má vida?”.
17Ouvindo-os, Jesus replicou: “Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores”.
18Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram-lhe perguntar: “Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?”.
19Jesus respondeu-lhes: “Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é possível jejuar.
20Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.
21Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão.
22E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e se perderá juntamente com os odres; mas para vinho novo, odres novos”.* (= Mt 12,1-8 = Lc 6,1-5)
23Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas.
24Os fariseus observaram-lhe: “Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?”. Jesus respondeu-lhes:
25“Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros?
26Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros”.*
27E dizia-lhes: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado;
28e, para dizer tudo, o Filho do Homem é senhor também do sábado”. (= Mt 12,9-21 = Lc 6,6-11)